quinta-feira, agosto 31, 2006

Cansaço e trabalho

Estava deitada, nem tanto com dores, que estão até moderadas (apenas um pouco no braço esquerdo), no momento, mas com um cansaço fenomenal, aí revolvi levantar pra ressuscitar esse blog, coitado que anda jogado às baratas.

Estava pensando em algo que alguém (desculpem, não achei o nome) escreveu, em um dos meus posts anteriores, sugerindo que eu falasse sobre a dureza que é essa doença para alguém que não tem recursos para os tratamentos e que tem que fazer um trabalho duro. Deus do céu! não consigo nem imaginar. De vez em quando penso o quanto deve ser difícil para alguém com pouca renda e que precisa fazer um trabalho braçal, ter fibromialgia.

Mesmo tendo fibromialgia continuo achando que tenho muita sorte. Além de poder conta com todo apoio incondicional da família que, jamais insinuou, em nenhum momento, que isso poderia ser "manha" minha, ou que fibromialgia é "psicológico, tenho a possibilidade de trabalhar em casa, fazendo minhas coisas à medida do possível.

Antes da fibromialgia agravar-se e estabelecer-se de vez (no começo desse ano), estava pensando em procurar algum trabalho fora de casa, agora isso está fora de cogitação, é muito melhor, para mim, fazer trabalhos free-lancers, traduções, websites, consultoria para ONGs, que possa fazer de acordo com minhas possibilidades.

Quando estou com esse cansaço enorme, de hoje, fico pensando como seria se tivesse que bater ponto, de oito às seis, como é no Brasil. Tem dias, que sento no computador, trabalho 15 minutos e já não aguento mais e vou deitar um pouco. É muito frustrante, porque sou elétrica, gosto de produzir, e nunca, em minha vida, fui de tirar soneca durante o dia. Dia desses dormi 3 horas, à tarde, acho que pela primeira vez na vida.

Amaturidade é uma vantagem para aceitar melhor essa situação. apesar de desejar produzir mais, eu não tenho inseguranças profissionais, não sinto necessidade de provar nada a ninguém, fiz muitas coisas interessantes, trabalhei enlouquecidamente, viajava demais, me estressava muito e já pretendia, mesmo, há algum tempo, desacelerar.

Enfim, são coisas que a gente vai aprendendo a se adaptar. O melhor, sempre é não sentir pena de si mesma, nessas horas. Sempre pode ser muito pior...

Esse é um artigo ( infelizmente, em inglês) interessante sobre como conciliar a vida com fibromialgia e a busca por satisfação profissional: Is Having a Career Still an Option? Consider the Possibilities

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