quinta-feira, junho 29, 2006

Meninas nascidas de mães que sofreram estresse na gravidez podem ter maior risco de desenvolver fibromialgia



Eu li esse artigo na semana passada e achei interessantíssimo. Tanta coisa pra gente descobrir ainda...

Lembrei que a minha mãe estava grávida durante o golpe da ditadura militar (março de 1964). Meu pai, apesar de não ter envolvimento "oficial", tinha idéias bastante revolucionárias pra época e ela sempre me disse que o golpe (em março, quando ela estava com 4 meses de gravidez) foi um período de extremo estresse para ela, que teve que queimar livros e ajudar meu pai a não se comprometer, num momento em que muita gente estava desaparecendo nos porões da ditadura. Ela sempre me contou que fez uma fogueira, com ajuda do meu avô, pra queimar os livros do meu pai. Você podem imaginar o nível de tensão, num momento desses...

Então, o artigo que está no site da Universidade de Pittsburgh, diz que grande estresse ou traumas, durante a gravidez, podem ter um efeito de longo prazo no feto. Um estudo, apresentado, há poucos dias, pelo Dr. Dirk Hellhammer, Ph.D., professor de Psicobiologia da Universidade de Trier (Alemanha), no 6o. Congresso Internacional de Neuroendocrinologia (ICN 2006), indica que, o estresse e traumas na gestação podem ser responsáveis pelo desenvolvimento da fibromialgia, nas meninas, muitos anos depois.

Segundo Dr. Hellhammer, ainda que se saiba pouco sobre fibromialgia, as pesquisas indicam que uma "programação pré-natal" pode ter um papel importante. Estresse durante a gravidez pode afetar o desenvolvimento da glândula adrenal do feto, limitando, permanentemente, sua capacidade de produzir quantidades adequadas do hormônio cortisol.

No estudo feito com grupos de controle, um numero significante de pacientes diagnosticad@s com fibromialgia informaram que suas mães sofreram profundo estresse durante a gestação.

Entre essas, apenas as mulheres tiveram diminuição na resposta do cortisol em uma medida padrão de estresse psicológico, uma observação que respalda resultados de estudos já feito com animais. O baixo nível de cortisol foi encontrado apenas em pacientes com histórico de estresse pré-natal.

Ainda que mais estudos precisem ser feitos, os resultados reunidos, até agora, proporcionam evidências de que as meninas podem ter um risco adicional de desenvolver fibromialgia se, ainda no útero, forem expostas a maiores níveis de cortisol que o normal, produzidos por suas mães em resposta ao estresse.

Mais um motivo para a sociedade e as famílias apoiarem, ainda mais, as mulheres durante a gestação.


University of Pittsburgh Medical Center

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sábado, junho 24, 2006

Cânfora pode aliviar a dor

Essas doenças (ou síndromes, ou seja o que for) crônicas são uma mina de ouro pra quem quer ganhar dinheiro, explorando a dor alheia, né?

Sabe que, dia desses, eu me inscrevi num site que estava mandando amostras grátis de um produto que se chama 024 Fibromialgia, para aliviar as dores, e recebi dois sachets com o tal medicamento.

Como eu estava com uma pontada desagradável, no pé, ontem à noite, decidi testar. E não é que melhorou rapidinho? claro que foi provisório e hoje a dorzinha já estava de volta, mas, na hora, foi um ótimo alívio.

Aí fui procurar o princípio ativo do medicamento... nada mais é do que cânfora, aquela que está presente no "Bálsamo Tigre" e "Vick Vaporub"! alguém já usou esses produtos e teve bons resultados?

Fiz uma pesquisa na CVS, que vende o 024 Fibromialgia e vi que ele custa US$ 19,90 para o spray de 01oz (com 3% de cânfora). O produto similar da marca da CVS custa somente US$ 5,99 e tem 4% de canfora, em 04oz.

Alguém sabe dizer se os princípios não-ativos têm algum efeito no resultado do medicamento? acho que não, né? ou tem?

A única diferença desse novo (além do nome, que chama a atenção, claro e é uma boa jogada de marketing!) é que ele tem outros ingredientes não-ativos bem naturais: óleos de aloe vera, eucalipto, limão, laranja, menta e rosemary), mas é absurdamente mais caro!

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TPM pra fibromialgia é fogo, né?

Mulherada, isso também acontece com vocês? se eu tinha alguma TPM antes, agora é barra pesada. Desde uns 4 meses atrás que, alguns dias antes da menstruação, já sei que vou enfrentar uma "mini-crise".

De ontem pra hoje dei uma bela piorada... estou com dores latejantes no joelho, nos pés, no ombro, na mão, no pulso, no ouvido, na lateral da cabeça... e muito, muito cansada para sair pra malhar.

Confirmei essa hipótese, em vários sites onde li que as mudanças hormonais nesse período causam essa piora... puxa, como será na menoupausa, então??? espero que melhore!

O único alívio é saber que, daqui há uns dias, isso tudo melhora de novo :-)

ps.: também deixa confessar uma coisa... ando muito mal disciplinada, acabei de comer goiabada com queijo!!! hehehehehe... açúcar com laticínio não ajuda a TPM, nem de quem não tem a fibro!!!

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sexta-feira, junho 23, 2006

Cachorrinho ajuda a aliviar a dor


Várias pesquisas já confirmaram que quem tem um animal de estimação vive melhor. Eles podem ser grandes companheiros e, alguns, até são usados em tratamentos médicos.

Mas, achei muito interessante esse artigo que foi publicado, hoje. A americana Nancy Gordon, encontrou alívio para as dores da fibromialgia, com seu cão da raça Xoloitzcuintli, esse peladinho aí.

Conhecido por seu intenso calor no corpo, os Xolostem sido usados como terapia de saúde por séculos. "Eu coloquei meu pulso sob sua barriga, onde eu estava sentindo dor," disse Nancy, que vive na California. "Após cerca de 15 minutos, minha dor tinha aliviado."

Um estudo da UCLA encontrou que os proprietários de cachorros precisaram de menos cuidados médicos relacionados a dores induzidas por estresse, do que as pessoas que não têm cães. E um estudo, do Hospital da Cidade de Nova York, afirma que os pacientes cardíacos que tem animais de estimação, têm mais probabilidade de viver mais que os que não tem - até um ano mais, após deixar o hospital.

Nancy Gordon, que chama seu bichinho de "Toaster" (torradeira) criou a X-CPR (Xolos – Chronic Pain Relief), uma organização pra divulgar os benefícios dos xolos pra quem sofre de dor crônica.

Ai, eu posso imaginar, como seria maravilhoso ter um cãozinho desses abraçadinho com a gente, na hora que os músculos estão se rebelando... e a idéia é tão mais agradável e amorosa que uma bolsa de água quente.

Os xolos já eram considerados cães sagrados, pelos Astecas que acreditam que eles eram necessários para "guiar a alma do mestre após a morte", muitas vezes encontraram ossos dos xolos em tumbas. Histórias falam do seu poder de cura. Provavelmente relacioando ao alívio que seu corpo (cuja temperatura média é de 40 graus) proporcionava às dores desde então. A imagem mais antiga dos xolos data de mais de 3500 anos atrás.

Ainda assim, a raça esteve quase em extinção e ainda é raríssima. Mais uma prova de que não é beleza que põe mesa...


Fonte:
Heat-generating dogs treat fibromyalgia pain in humans

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quarta-feira, junho 21, 2006

Aspartame é um veneno - Parte 1 - Minha experiência

Quando mudei pros EUA, achei que tinha chegado ao paraíso das comidinhas diet. Até comentei com amigas, que era uma delícia! não precisava mais me preocupar com isso. Há uns 15 anos não sei nem o que é açúcar, tudo era aspartame. Depois que Bia cresceu, até ela entrou nessa, afinal, não custava nada evitar o maldito açucar.

Aqui, o refrigerante é indecentemente barato. Muitas vezes, comprei no Giant, supermercado local, refrigerante em promoção, por 7 dólares, 3 caixas com 12 latas cada, o que dá 19 centavos cada lata!

(Continua aqui)

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terça-feira, junho 20, 2006

Sol e Fibromialgia

Gente, eu fiz um post, lá no Síndrome de Estocolmo, onde eu falo sobre o maravilhoso sol que peguei, na piscina aqui do prédio. Me senti tão bem, fiz vários exercícios na água, relaxei, boiando na piscina, me senti maravilhosa e cheia de energia...

Acontece que, depois que cheguei em csa, fui ficando sonolenta, cansada e acabei pegando no sono às 7 horas da noite (e acordei agora, às 2 e meia da manhã), totalmente exausta. Bom, praia e piscina sempre deixa todo mundo cansado, né?

Mas, é a primeira vez que pego sol, em uns muitos anos, talvez nos últimos 4 anos... hehehehe... sol demais tem esse efeito na gente? ou foi só que eu exagerei nos movimentos? alguém sabe dizer? não foi uma exaustão boa, não, foi aquele nosso conhecido cansaço, mesmo... ainda estou assim, meio de "ressaca".

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domingo, junho 18, 2006

Minhas dicas para viver com fibro

Estou tentando fazer o post sobre aspartame pra amanhã, enquanto isso, pensei em deixar, aqui, algumas das minhas dicas, coisinhas que tenho feito instintivamente, ou beaseada em artigos que li, para amenizar a fibro (algumas delas são boas pra todo mundo!). São coisas práticas, não relacionadas com a postura emocional que a gente precisa ter em relação à doença, mas como dar uma forcinha ao corpo...

1. Li em algum lugar que não se deve comer nada que sua tataravó não reconheça como "comida". Todos esses quimicos, estão destruindo nosso sistema imunológico e provocando o desenvolvimento de doenças, como a fibromialgia, entre outras coisas. Não é fácil, mas tô tentando. Muita fruta e vegetal, tudo orgânico, pães integrais e frescos, sem conservantes etc. Aliás, excesso de açúcar, cafeína e carboidrato é um veneno. Li também que se deve evitar soja. Parece difícil, nessa vida agitadíssima da gente, mas acreditem, pior é desenvoovel um problema crônico como a fibro. Nunca fui "natureba", sempre adorei comer umas porcarias como cachorro-quente, sonho de padaria, muita pizza, mas hoje em dia me arrependo muito e acho que teria valido a pena investir numa melhor alimentação, há muito tempo.

2. Nem preciso dizer que ei abandonei totalmente o aspartame, né? tolerância zero. Bem uma gotinha e leio bem todos os rótulos no supermercado. Aqui, existem refigerantes (Coca-cola e Seven Up) e mais um delicioso suco de Cranberry, feitos com Splenda, que é menos ruim. Evito ao máximo tomar, especialmente os refrigerantes, por causa d cafeína que cortei totalmente (é péssimo pra fibromialgia), mas quando estou desesperada por algo do tipo (sou viciada em refigerante!), tomo um pouco de gatorade ou um desses produtos com Splenda.

3. Meus pés sçao os mais sensíveis e onde concentram-se minhas maiores dores, há muitos anos. Então, comprei umas meias de microfibra que são deliciosas (aquelas meias brancas, de atleta, doem nos meus pés). Também cuido bem no banho e faço umas massagens antes de dormir. Durante o dia, estou sempre de pantufas que são fofinhas e durmor com umas meias nem grossas e bem fofas. Parece bvobagem, mas faz um efeito tremento pra mim.

4. Investi em dois massageadores que são ma-ra-vi-lho-sos, além de baratos e que dá pra gente usar sozinhas, em casa. Prometi pra Juci que iria colocar as fotos e links e taí. Um deles é o "HoMedics SM-100 Therapist Select Kneading Shiatsu Massager with Head-Rest" (US$ 23.87) que parece um travesseiro, é fantástico, a gente deita nele e parece que tem dois "dedinhos" massageando a nuca, uma delícia... também dá pra ir passando nas pernas, nos pés, no braço, mas aí, eu acho que funciona menos. O outro é esse "Homedics PA-100 Therapist Select Percussion Massager, Variable Speed", (US$ $32.88)um massageador fortíssimo, que é maravilhoso pra passar pelo corpo todo. Uso sempre nos braços, costas, coxas, nas pernas e nos pés, que me incomodam muito. Como o "braço" dele é longo, dá pra passar sozinha nas costas, quase todas.

5. Bom, tem os massageadores de luxo, que hoje em dia, são meus objetos absolutos de consumo, testei todos que são encostos de cadeira, nas lojas Linens'Things e na Brookstone e acho que o que mais funciona é esse aqui, nem é tão absurdamente caro, mas já gastei muito, vou aguardar mais pra comprar o meu. Mas caro MESMO é esse massageador de pernas, que é um SONHO e cista 400 dólares e, claro, aquelas cadeiras de massagem (horrrosas, mas divinas para o que se propõe), que custam mais de US$ 4.000 e jamais virão aqui pra casa... hehehehehe...

6. Comprei um DVD que vem com duas bolinhas pra fazer massagens. O DVD é meio chato, por isso, estou tentando decorar cada passo a ser dado, pra evitar ouvir a voz da moça irritante, mas realmente as boltinhas usadas na coluna e no bumbum ajudam muito a aliviar as tensões e isso, é pra qualquer pessoa, né? não só quem tem fibro.

6.Banhos são uma benção. Quando estou me sentindo meio derrubada, vou lá no chuveriro, com água bem quentinha, passo um bom tempo (acho ainda melhor que a banheira, porque o jato forte massageia bem). Aí uson exfoliante, óleos, hidratantes pós banho. Me paparicar ajuda muito a melhorar minha auto-estima.

7. E, claro, o de sempre, exercícios, yoga, meditação, caminhadas. É fundamental, sem isso a gente piora consideravelmente. Na minha academia tem sauna, e eu sempre faço, depois dos exercícios, pra relaxar. Como acordo estupidamente cansada e me sentindo inchada, deixo a malhação para mais tarde, umas 2 da tarde (porue aqui não está tão quente e a academia tem ar condicionado, claro!). Aliás, piscina sempre ajuda, também!

8. Só levanto da cama depois de uma boa espreguiçada, e alongamento especialmente dos pés epernas.

9. Acho que tomar chá de camomila antes de dormir deve ajudar muito, mas devo confessar que nunca me lembro :-( nem precisa falar que descanso é fundamental e um bom sono é reparador.

10. Meu médico, claro, não confia em vitaminas, mas meu marido, nutricionista, com PhD acredita piamente que elas ajudam já que os porodutos que consumimos, hoje, já não são tão completos. As vitaminas que estou tomando são: Multivitaminina, Flex seed oil (que é Ômega 3 para vegetarianos, com origem vegetal, ao invés de peixe), vitimainas E, B6, B12, Gingko Biloba, ácido fólico, magnesium, manganês e acetyl-L-Carnitine (que dá energia). Muitos eu já tomava, passados por Ted (que também toma) e outros, como o último, passei a usar agora por causa da fibro. De vez em qundo acrescento Ginseng ou echinacia.

11. Numa loja de produtos naturais, comprei aquelas bolinhas homeopáticas: arnica montana 30c, para dores musculares e Zincun metallicum para o incômodo nas pernas, mas, pra dizer a verdade, ainda não tô usando, porque requer muita disciplinca e eu comecei esquecendo sempre, Vou ver se recomeço em breve. Também comprei uma pomada de arnica pra usar nos meus pés, quando doem muito, mas não acho que adianta de nada.

12. Tomei iboprufen, Aleeve, aspirina, Dorflex e Sedilax (brasileiros), nada adianta pras dores, aí parei com todos analgésicos, porque me parece totalmente desnecessário. Quando estava com muuta dor de cabeça, usei umas compressas de gel, que até aliviram um pouco, gente bota antes de dormir e elas ficam geladinhas, mas não achei nenhuma aqui pra dar o nome. Ando sempre, na bolsa, com um "Head On", uma espécie de pomada pra colocar na testa que esfria e acrdito que dá um pequeno alívio.

13. Porque meus olhos são extremamente secos, sempre irritados (e a boca também é bastante seca, seguindo o médico, eu não tinha nem percebido), existe a possibilidade da fibromialgia estar relacionada Síndrome de Sjogren, por isos, uso colirios hidratantes... deveria ser três vezes ao dia, mas confesso que só lembro de usar uma, mas ou tentar me comportar melhor... hehehehe... o que eu me dei melhor foi o "TheraTears".

14. Ainda bem que não tenho nenhuma insônia, basta deitar ma cama que já estou dormindo. Mas, se quiser dormir realmente bem, a noite toda, sem acordar às vezes, tomo um Lexotan, mas muito raramente, talvez uma vez por semana ou menos.

15. Não tomo mais nada, nem anti-depressivo (meu anti-depressivo é a endorfina, na malhação!), nem medicamentos usados pra tentar controlar a fibro. Para esse problema dos olhos o médico desse que poderia passar um remédio anti-malária que tem funcionado bem, mas tem de tomar sempre... imagina? estou tentando evitar ou protelar o uso de medicamento ao máximo. Numa doença crônica, o problema do uso de medicamentos é ter de aumentar sempre mais a dose...

Enfim, essas são as dicas que eu lembro, além das de sempre, claro, ter uma visão positiva, não se ver como "um ser com fibromialgia", não pensar tanto na doença, encarar cada dor uma a uma, dia a dia. Se cuidar sempre, como eu tô fazendo, mas sem ter pena da gente.

Minha vida é maravilhosa, estou cercada de gente que me adora, aqui na minha casa, e me dá todo apoio, não vou ficar pensando nas dores e cansaço, vou lidando com eles à medida que eles vêem.

Alguém teria mais dicas pra compartilhar com a gente, aqui???

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sexta-feira, junho 16, 2006

Alguns comentários sobre sono e o depoimento da Anita

Anita e pessoal, parece que os distúrbios de sono são um fator muito importante, e quase sempre presente em quem tem fibromialgia, li sobre isso em diversos artigos. E é uma tremenda "bandeira vermelha" pra quem dorme mal tentar se cuidar o mais breve possível.

Também tive muitos pesadelos a vida toda, desde a infância. Cheguei a ir a uma neurologista pedindo um remédio, sobre o qual tinha ouvido falar, que ajuda a "parar de sonhar". Claro que ela não me deu...

Eu nunca tive insônia, pelo contrário, até hoje, durmo muito rápido, porque durmo tão mal, um sono tão agitado, que tenho sono rapidamente, na noite seguinte. Estou bem melhor, mas houve época em que eu era muito sonâmbula, falava muito dormindo.

Quanto às dores, tenho, principalmente nas costas, nos ombros e, pipocam na mão, no pulso, na lateral do braço, na frente da "canela" (hehehehe), mas dói, principalmente, nos pés e mais especificamente nos meus pobres dedinhos dos pés... hehehehe... tive muita dor de cabeça quando soube do diagnóstico, mas acho que era mesmo tensão, depois que comecei a ter uma outra postura em relação à fibro, não tive mais dor de cabeça.

Muito obrigada pelo seu depoimento, Anita. É sempre comovente ver como as pessoas superam os sofrimentos dom a fibromialgia e seguem em frente.

Super beijo!

Pintura: Kate Kretz

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Depoimento de Anita

Denise,

Isso vai ser longo, me desculpe.

Hoje, um dia de dores, me vem a tal da inspiração para lhe contar a minha história com fibromyalgia (he he he), mas passa...

Nessa altura da história da minha doença, as dores, extremamente intensas, estão concentradas no osso occipital (como já lhe tinha dito), nas palmas das mãos e nas solas dos pés. Por sorte ou por um feito biológico qualquer nunca tive dores nos joelhos (mas muitas pessoas que sofrem dessa doença têm). Já tive dores extremamente intensas nos ombros (mas já lhe explico como passaram) e na altura do osso sacro. Ah, sempre tive (desde criança) uma gastrite nervosa, que, afinal de contas, eu acho, pode ser associada a fibromyalgia, ou pode ter contribuído para que ela aparecesse. Por quê? A minha gastrite, como o nome mesmo diz, é nervosa (rs...), ou seja, é provocada, no meu caso, por excesso de estresse ou por distúrbios emocionais. Logo, a gastrite nervosa é uma doença de origem psico-neurológica, assim como também é a tal da fibromyalgia.

Mas vamos lá ao relato. Dormir, oh Deus, sempre me foi muito complexo. Em criança (até aos sete anos, mais ou menos) dormia mal porque tinha pesadelos horríveis – sempre acordava no meio da noite suando, chorando e com mil imagens na mente -- aquela coisa toda que mais parece um daqueles filmes Poltergeister (rs...). Ah, era muito magra por conta, acho, da gastrite (mas não íamos ao médico – então não sei dizer com certeza). Só sei que tive que aprender por mim mesma a lidar com comida. Eram poucas as coisas que eu podia comer e que não me faziam mal. A mamãe vivia me fazendo um chá de boldo (rs...) porque eu sempre estava “passando mal do estômago”, como eles diziam.

Bem, com a ida para a escola, parece que as coisas melhoraram. Me ocupava mais em aprender e, acho, me cansava mais, e, por isso, acabava dormindo. Foi assim que passei bem pela puberdade (com uma aparência bem saudável) e até ganhei uns quilinhos a mais. A gastrite estava meio que controlada... e os pesadelos tinham diminuído bastante.

Mas a partir dos dezoito anos, comecei a ter dificuldades em dormir novamente. Me lembro como se fosse hoje da primeira noite que passei em claro, foi horrível. Não entendia porque não conseguia dormir. Fiquei um ano me sentindo muito mal. Mas o cansaço da faculdade, do trabalho, e do estresse da vida em geral junto à juventude, acho, acabavam por me ajudar a dormir, de vez em quando, mesmo que mal. E fui levando...

Ah, dois pesadelos que eu costumava a ter em criança voltaram a se repetir constantemente. Um dia falo sobre isso (mesmo porque quase não os tenho mais. Muito de vez em quando um ou outro se repete)

Aos 26 anos vim para os Estados Unidos (isso faz um pouco mais de dez anos) para fazer mestrado. Aqui comecei a me sentir muito deprimida (essas coisas de se estar longe de casa, noutro país, sabe como é, né?). A depressão só veio a agravar a insônia. E aí passei a ter dores fortíssimas nos ombros, geralmente pela manha. Fica muito indisposta e de mau-humor. As pessoas diziam que eu estava estressada e precisava me relaxar, mas qual o quê!? Fiquei nessa: insônia, pesadelos que retornaram, depressão e o agravante: dores musculares terríveis (estava na casa dos 27 anos), e foi quando conheci o meu ex-marido (que é médico – clínico geral). Com o passar do tempo fui contando a ele os problemas de saúde que tinha, e ele também observava todo o meu comportamento, claro. Por volta dos meus trinta anos, ele começou a me tratar com remédio para depressão. (Ah, por eu ter sido casada com ele, não queria contar essa história num post do seu blog, você compreende agora, né?).

Os efeitos colaterais dos remédios me faziam muito mal. Me dei mais ou menos bem com Paxil. Parece que ajudou a melhorar o humor, mas não passou as dores musculares. Foi aí que um dia ele (o meu ex-marido) sugeriu a possibilidade de eu ter fibromialgia. Não era a especialidade dele, como não é a de quase ninguém, infelizmente. Então, passamos a estudar juntos, mas aos poucos, sobre o assunto. Bem, fizemos (ele?) muitas descobertas: eu não sofria de depressão, mas tinha uma TPM muito difícil e dores musculares que eram causadas por estresse e problemas emocionais. Por isso tudo, não dormia (esse era o problema pior). Ele me deu um remédio chamado “Lorazepam”, que é o genérico de Ativan, 2 mg. A primeira vez que o tomei (uns 4 anos atrás), dormi feito pedra. Daí continuei a tomar o remédio. A vida estava boa, e eu menos dependente emocionalmente (isso e confuso). Acontece que o casamento começou a se desestabilizar. Em 2002 nos separamos, e só depois de mais de um ano, iríamos a nos divorciar, em 2003 (um mês antes de eu me mudar daquele estado). Esse processo todo me levou a uma crise emocional fortíssima (a pior da minha vida). Você sabe o que é um divórcio.

Em julho de 2003 fui ao Brasil. Tinha perdido muito peso. Estava abusando dos remédios para dormir. Por conseqüência minha saúde tinha deteriorado bastante. No Brasil fiz uma endoscopia e tratamento para a gastrite. Tomei uns remédios que supostamente matam uma bactéria que todos nós, do terceiro mundo, segundo o médico, temos (isso é engraçado). Ele disse que vivemos bem com ela, mas algumas pessoas não. E disse mais: que no meu caso podia ser que não fizesse diferença nenhuma porque ele desconfia do óbvio: minha gastrite se agravava por causa de problemas psicológicos. Mas tomei tudo. Voltei aos Estados Unidos. Finalizamos o divórcio. Recomecei a estudar (depois de anos) e fui morar sozinha, pela primeira vez. No primeiro ano (agosto de 2003 a agosto de 2004 mais ou menos), ainda sofri bastante. Mas também tive que sobreviver por mim mesma. Isso foi o que fiz:

Comecei a fazer exercícios físicos com freqüência: caminhadas, depois natação, depois musculação, correr, pular corda e alongamentos. Experimentei tudo para ver o que funcionava melhor. O objetivo era me cansar o máximo para poder dormir à noite, mas mesmo assim tomando o remédio (que já não fazia tanto efeito e nem faz mais).

Percebi que muito que muito exercício, piorava. Eu sentia mais dores. Agora ando mais moderada. A musculação me ajudou a desenvolver os músculos, principalmente os dos braços que sempre foram fracos.

Comecei a escrever um diário privado de TPM. E isso foi uma das melhores coisas que já fiz para me auto-avaliar. Antes eu não acreditava em TPM, agora sou crentona. É incrível como sou outra durante a TPM. No início só escrevia os sintomas e as coisas que eu tinha feito naqueles dias. Vou colar aqui um exemplo para você. Aí vai:

02 de setembro de 04
Ontem à noite tive uma crise horrível. Antes de dormir fiquei imaginando uma situação dramática e chorei desesperadamente. Não conseguia dormir e tive que tomar 2 lorazepams. Esse calmante já não produz efeito algum em mim. Tenho que aumentar as doses. O melhor mesmo seria parar de vez.
Hoje acordei muito mal. Tinha planejado me levantar às 6:30 e fazer cooper, mas quando o relógio despertou sentia-me tão exausta que fiquei na cama até às 8:00. Conclusão, agora à noite não estou com sono. À tardezinha fui andar de bicicleta com o Jim e a Alessandra, fiz um alongamento, e agora tomo sopa. Depois vou tomar banho e ir devolver uns filmes na biblioteca. Quando voltar, vou ler até meia-noite mais ou menos. Vou tentar dormir tomando só um lorazepam. Que Deus me ajude! Ah, minha colicazinha está aumentado. Comecei também a sentir a cabeça tonta e sei que estou inchando, ou melhor, retendo água.
Ah, tenho tomado vitamina B6 este mês porque me disseram que ajuda a aliviar os sintomas da TPM. Não sei se é verdade. Acho que deveria tomá-la todos os dias do mês. Não sei ainda o que vou fazer.

03 de setembro de 04
Hoje estou muito bem sendo este já o trigésimo segundo dia do início da minha última menstruação. Quase não tenho nenhum sintoma físico: os seios não estão inchados, nem doloridos, mas a cabeça está um pouco zonza, a fome passou, e voltei a não ter vontade de comer quase nada - o que é outro problema que tenho, creio, ou talvez seja só genético mesmo, uma vez que o meu pai quase nunca come nada também. Ontem fui andar de bicicleta com o Jim e a Alessandra. Andamos por umas duas horas e me cansei muito, e como não tinha dormido bem a noite anterior devido àquela crise de choro, tomei ontem um lorazepam e dormi logo. Hoje sinto-me muito descansada e com bastante energia apesar de já serem 11:30 da noite. É sempre assim – se durmo bem uma noite, pode esquecer que na outra o destino é a insônia, mesmo tomando tranqüilizante. Vou tentar dormir à meia-noite como sempre tento fazer, mas que nem sempre funciona.
Bem, hoje o relógio despertou às 6:20 como de costume, mas me levantei as 7:20. Aprontei e fui pra escola de bicicleta. Minhas pernas e minha bunda doíam muito por causa do passeio da noite anterior que foi um custo chegar ao campus. Dei minhas aulas de manhã e voltei pra casa. Meu erro foi tirar um cochilo breve. Sono, tenho que sempre poupá-lo para a noite, ou então me arrependo amargamente. Depois fui à piscina e nadei um pouco, muito pouco mesmo. Agora à noite queria fazer um alongamento porque sempre me relaxo, mas estou exausta...talvez seja uma boa idéia. Sei que estou muito emocional, mas estou bem consciente que são os efeitos da TPM, por isso não estou tão desesperada. Estou tentando não ligar pra todo mundo como sempre faço. O mais longo que a minha menstruação demorou pra chegar no passado foram 34 dias, mas como nunca contei com regularidade, então não há como estar cem por cento certa.

04 de setembro de 04
Veio hoje no trigésimo quarto dia do último ciclo. De fato, é apenas uma mancha de sangue; isso acontece – às vezes vem bastante logo no primeiro dia, e às vezes só mancha pra vir com força no segundo dia. É dessa última maneira que vai acontecer este mês. Estou hoje muito ansiosa e irritada. Limpei a casa inteira, mudei os móveis de lugar, e meu estômago dói. Nadei à tarde. Tentei fazer alongamento, mas não tive paciência. Parece que não vou dormir bem. Ontem à noite consegui adormecer por volta da uma da manhã e dormi bem até às oito hoje.
O que foi bom este mês é que só senti os sintomas da TPM durante seis dias. Entretanto, parece que às vezes sinto-os por duas semanas. Vamos ver o que acontece no mês que vem.

Mais recente

09 de dezembro de 05
Meu estômago dói. Nadei. Só isso.

10 de dezembro de 05
Sinto como se ela fosse vir amanhã. Tomara. A cabeça está um pouco dolorida, só atrás. Os olhos cansados, e aquela dorzinha logo acima da vagina são a indicação de que está chegando. Se não vier amanhã, acho que não passa de segunda. Mas amanhã é apenas o vigésimo oitavo dia, e ela geralmente vem no trigésimo, que, no caso, seria terça-feira. A última foi no trigésimo segundo.

12 de dezembro de 05
Trigésimo dia desde a minha última menstruação e ela ainda não veio. Acho que de amanhã não passa. Hoje estou com o corpo mole, os olhos doloridos. Acho que é porque fiz muito exercício ontem. Então fico assim toda cansadinha. Mas não estou irritada e nem ansiosa. Estou calma, apesar de não estar totalmente relaxada.

13 de dezembro de 05
Veio hoje uma mancha. Trigésimo primeiro dia. Estou tão relaxada que estou quase pegando no sono, e ainda não são 8 horas da noite. Nadei e fiz musculação hoje. Espero não estar muito cansada amanhã.

Bem, quando começo a sentir os sintomas da TPM, procuro escrever tudo o que faço e como me sinto. O diário tem sido uma grande terapia e fonte de auto-conhecimento.

Ultimamente tenho procurado a desenvolver técnicas de meditação e respiração. Ou seja, praticá-las. À noite antes de dormir, respiro bem fundo até encher os pulmões e ao mesmo tempo contraio todos os músculos do corpo, seguro por uns 20 segundos (mas tinha começado com menos antes), depois à medida que solto o ar pela boca bem devagar, vou também descontraindo os músculos. Isso é um bom exercício. Umas três vezes são o suficiente, mas às vezes faço mais.

Aprendi alguns exercícios de Thai Chi e os faço, de vez em quando.

Ainda tomo aquele remédio e acho que vou tomá-lo por mais um ano (até acabar o PhD). Já tentei parar, mas os efeitos de withdraw foram horríveis demais. Não agüentei.

Acho que estou indo bem. Ou seja, a minha fibromyalgia está, até certo ponto, sob controle. Preciso de rotina: ir para cama no mesmo horário, exercícios regulares (o alongamento é o principal), cuidado com o que como e tomar o remédio. É isso.

Mas antes de terminar, deixa eu ser um pouco dramática (oh não!), e falar da minha dor. Aí vai: às vezes é tão intensa que a dor interior, provinda do músculo, faz com que eu tenha a sensação de não sentir nem as mãos nem os pés. Com a cabeça, o negócio é diferente, eu sinto a dor lá, mas a dor me deixa completamente atrapalhada e confusa por ser de muita intensidade. Então o que faço? No caso das mãos: mordo o lado da palma da mão com muita força para ver se a dor exterior neutraliza a interior, ou pelo menos, a quebra. Ou então faça com que eu sinta a mão de volta. Coisa de louco, né? Eu sei. Já mordi a mão quase até sangrar. Acontece que quando começo a sentir a dor exterior, parece que a interior diminui. É uma troca, eu sei. E no fim fica tudo bem – só com uma marca rocha na mão ;-). Com o pé não dá pra fazer nada não, o jeito é agüentar. Com o osso occipital, aperto com os dedos o mais forte que posso, se pudesse furava. É o mesmo processo com a mão. Sou meio doida mesmo. Às vezes brinco dizendo para minha irmã que se me cortassem fora as mãos, os pés, e o pescoço eu ficaria bem ;-).
Tive pensando que esses são os três pontos por onde se sai a energia (ou seja o que for) do corpo.... não sei.

Nossa Denise, isso está longo. Para terminar só queria lhe dizer que o que sei sobre fibromyalgia é basicamente através de leituras e pelo que sinto, por isso não sei se posso ajudar muito em matéria de informações. Não tenho um médico no momento. Só vou ao centro médico da universidade para pedir a prescrição para o tal remédio. Eles não gostam, mas dão. E às vezes o meu irmão me manda do Brasil. Por isso, fico muito contente que você tenha uma página dedicada a fibromialgia agora, que você esteja indo ao médico procurando tratamento. E que talvez vá poder nos ajudar muito. Ah, e espero também que você se sinta melhor.

A última coisa: alguém comentou no seu blog que talvez essa fosse uma doença só de mulheres, e de mulheres chegando à meia-idade (algo mais ou menos assim). Mas já li que a fibromyalgia dá em jovens e até em crianças também, de ambos os sexos.

Obrigada por tudo.

Anita

P.S. Se as minhas palavras soaram meio deprimentes, queria lhe dizer que não me sinto assim não. A atitude é o que conta, e é por isso que gosta do seu blog e das coisas que você diz. Agora, também não vou ficar escondendo a doença. Isso é besteira.

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quarta-feira, junho 14, 2006

Acupuntura tem resultados comprovados para diminuir a dor na fibromialgia

Um estudo americano, divulgado hoje, sugere que a acupuntura reduz os sintomas da fibromialgia, uma desordem caracterizada por dor crônica, espalhada pelos músculos e ossos e extrema fadiga.

Pesquisadores da Mayo Clinic de Rochester, Minnesotta, estudaram 50 pacientes portadores de fibromialgia inscritos em uma pesquisa randômica e controlada para determinar se a acupuntura melhorou seus sintomas.

Sintomas de pacientes que receberam acupuntura melhoraram significantemente, se comparados com o grupo de controle, de acordo com o estudo publicado na edição desse mês da "Mayo Clinic Proceedings".

"Os resultados do estudo me convencem que é algo mais que um efeito placebo para a acupuntura," disse o autor principal, Dr. David Martin, anestesiologista da Mayo Clinic .

Nâo existe cura conhecida para a fibromialgia, que pode envolver também enrijecimento das articulações e distúrbios de sono. Os tratamentos disponíveis, no momento, são apenas participamente eficientes.

Fonte: United Press International - Rochester, Minnesotta, 14 de Junho.

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A hora de acordar!

Sei que prometi escrever sobre aspartame, mas andei muito cansada esses dias, e esse é um tema que só quero abordar fazendo uma extensa pesquisa.

Como sempre, hoje eu acordei absolutamente exausta. Aliás, essa foi uma das principais dicas de que algo estava errado comigo, no começo. Sempre culpei a minha má postura pelas dores que foram aparecendo, mas não conseguia entender como vivia tão cansada, especialmente ao acordar.

Sempre fui muito energética, acordava de um pulo, tomava banho, vestia a roupa e ia pra academia, malhar. Isso às 6 da manhã, no máximo, às vezes até antes.

Quando mudei pra Suécia, fazia tanto frio, que eu achava que o cansaço matinal era preguiça mesmo, mas aqui me parecia estranho. Há cerca de um ano, principalmente, com o maior desenvolviento da fibro, acordar passou a ser quase uma tortura.

Então aprendi a mudar meus horários (ainda bem que tenho essa possibilidade). Hoje mesmo, acordei parecendo que tinha 200 quilos, um peso enorme nas pernas, um cansaço como se tivesse carregado o colchão nas costas, toda a noite.

Mas, aos poucos, vai melhorando e, no meio do dia, estou me sentindo bem melhor. Então, aprendi que minha hora de malhação, tem que ser lá pelas 2, 3 da tarde. Se tivesse trabalhando com um emprego fixo, iria tentar malhar ao meio dia, na hora do almoço, porque à noite também já me sinto muito cansada, novamente.

Enfim, cada dia que passa, aprendo que viver com fibromialgia e aprender a lidar com ela, passo a passo, observando meus novos ritmos e limites. Fazendo isso, me sinto bem sob controle do que está acontecendo!

Imagem: "Woman Awakening", de Eva Gonzales, 1876.

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sábado, junho 10, 2006

Depoimentos sobre sua experiência com a fibromialgia

Quero muito fazer um blog participativo e interativo. Pra começar, que tal se vocês falarem sobre como foi a descoberta de que têm esse problema? deixem os seus depoimentos na caixa de comntário ou mandem pro email denisemcarcoverde@yahoo.com.br, com o título do email : "Eu e a fibromialgia".

Aguardo a participação de vocês.

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quarta-feira, junho 07, 2006

Fatores que, se acredita, podem detonar a fibromialgia

A causa específica da fibromialgia é desconhecida. No entanto, médicos acreditam que uma série de fatores pode contribuir. Esses fatores podem incluir:

1. Mudanças químicas no cérebro. Algumas pessoas com fibromialgia parecem ter alterações na regulação de certas partes químicas do cérebro, chamadas neurotransmissores. Isso pode ser particularmente verdade para a serotonina — que está ligada à depressão, dores de cabeça e problemas gastrointestinais — e à substância P, um químico cerebral associado à dor, estresse e ansiedade, como também à depressão.

2. Dificuldades para dormir. Alguns pesquisadores teorizam que os padrões de distúrbio do sono podem ser a causa ao invés de um sintoma da fibromialgia.

3. Contusão. Uma contusão ou trauma, particularmente na região superior da espinha, pode provocar o desenvolvimento da fibromialgia, em algumas pessoas.

4. Infecção. Alguns pesquisadores acreditam que uma infecção viral ou bacteriana pode provocar o aparecimento da fibromialgia.

5. Anormalidades do sistema nervoso autônomo (simpático). Seu sistema nervoso autônomo é dividido em sistemas simpático e parassimpático. Seu sistema nervoso simpático libera norepinefrina (noradrenalina) e influencia a liberação da epinefrina (adrenalina) da glândula adrenal. O sistema nervoso simpático também controla funções do corpo que você não controla conscientemente, como as batidas do coração, contração das veias, suor, saliva e movimentos intestinais.

6. Mudanças no metabolismo muscular. Por exemplo, descondicionamento e diminuição do fluxo de sangue pode contribuir para diminuir as forças e provocar fadiga. Alterações nas substâncias hormonais, no metabolismo e anormalidades, pode ter um papel no desenvolvimento da fibromialgia.

7. Estresse Psicológico e mudanças hormonais também podem causar fibromialgia.

Fonte: Fibromyalgia - Causes - Mayo Clinic

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segunda-feira, junho 05, 2006

A dor e a delícia de ser o que é. Vivendo com Fibromialgia.

Resolvi fazer esse blog, antes de tudo, porque sinto muita vontade de falar sobre o assunto, e nada melhor para isso que um blog, já que não quero passar o dia falando sobre minhas dores com meu marido e minha filha.

Depois porque acho que existe uma necessidade de se compartilhar informação sobre fibromialgia, em português, e como estou lendo, diariamente tudo que sai sobre o tema, aqui nos EUA, acho que deveria traduzir o que existe de mais interessante e compartilhar com outras pessoas.

Nesse post, escrito lá no meu blog " Síndrome de Estocolmo", eu explico como descobri que tenho fibro e qual foi a minha reação.

Aqui, vou falando, aos poucos, sobre o que tenho aprendido sobre essa fascinante sindrome que me faz pensar na dor e delícia de ser o que eu sou:


O que é Fibromialgia?

Não é uma doença, mas uma "síndrome crônica", cuja causa ainda não está definida, mas acredita-se que algumas pessoas têm mais tendência a desenvolver esse problema.

Em geral, acredita-se que existe um evento catalizador, como uma separação, morte de alguém próximo, acidente de carro, cirurgia etc. Aos poucos, escreverei mais sobre fibomialgia e as especulações em relação às suas causas.

Cerca de 5% da população - 6 milhões de pessoas, só aqui nos EUA - principalmente mulheres, entre 30 e 50 anos, desenvolvem fibromialgia.

É uma desordem que caracteriza-se por um cansaço sem explicação e dores que vão, literalmente, pipocando pelo corpo, aleatoriamente, mais especificamente nos pontos que aparecem no desenho. Geralmente, as pessoas levam, em média, entre 4 e 6 anos para diagnosticar o problema.

Outros sintomas dessa desordem que eu já identificava em mim são: dificuldade de suportar temperaturas extremas (por isso, eu gosto mais do frio, quando posso usar roupas que me aqueçam, do que do calor, quando não há muito o que fazer); mãos e pés frios; dores de cabeça; sensação de inchaço, pela manhã e problemas de concentração e memória (conhecido como "fibro fog"). Também tenho dor de ouvido e um zumbido que não passa nunca.

O único sintoma de fibromialgia que ainda não tive (até agora) foi a síndrome do intestino irritável. Toc, toc, toc...


O que fazer?

A primeira coisa que eu fiz foi devorar tudo que podia sobre o assunto. Passei dias lendo todos os sites, blogs, listas de discussão, comunidades no Orkut. Literalmente, tudo que conseguir encontrar.

Algumas das minhas conclusões são as seguintes:

1. Não existe cura para fibromialgia e o tratamento é bem difícil. Fui a um médico especialista, que tem 40 anos de profissão, entende tudo de fibromialgia e me disse que não passa nenhuma remédio pra dor, já que, por ser uma coisa crônica, só iria substituir um problema por outro. A dor pela dependência. Ele passa um anti-depressivo, que ajuda nas dores, mas engorda. É uma decisão difícil, mas por enquanto, prefiro ficar sem nenhum medicamento.

2. É fundamental a mudança no estilo de vida, fazer exercícios, mesmo com um extremo cansaço e dores. Yoga, acupuntura, meditação, tai-chi, QiGong, hidroginástica, tudo isso ajuda muitíssimo. Boa alimentação, cortar ao máximo os químicos, muitas verduras e frutas, se possível orgânicos. Algumas pessoas se deram bem melhor sendo vegetarianos.

3. Minha impressão é que a fibromialgia é uma doença causada pelo desequilíbrio no organismo, especialmente gerado pelo estresse e essa vida maluca que a gente tem, hoje, comendo tudo que não presta. É uma espécie de alerta pra "volta às raízes".

4. Aspartame. Isso é um crime. Escreverei mais sobre isso, em breve, estou chocada com o perigo que é o aspartame. Se você toma, considere, imediatamente, a possibilidade de parar. Eu desenvolvi as piores dores e momentos da fibro quando estava consumindo uma quantidade enorme desse produro. Parei, melhorei 80%.

5. Suplementos vitamínicos. Claro que o médico não acredita, mas li relatos de pessoas que realmente se sentiram muito melhor. Depois coloco a lista de suplementos que estou tomando, mas é uma boa idéia começar com um multi-vitamínico.

6. Existem vários tratamentos com novos medicamentos, que estão sendo testados aqui nos EUA. Aos poucos vou escrever sobre eles.

7. O mais importante, na minha opinião, é não se deixar abater. Pra mim, não me considerar "uma pessoa com fibromialgia", como se isso definisse a minha personalidade, ajudou muito.

Fiquei extremamente deprimida por uma semana, depois acordei lembrando que eu continuava sendo a mesma pessoa de antes do diagnóstico, na verdade, os sintomas que já tinha, agora apenas estava dando uma forma pra eles e decidi que essa "forma" não iria dominar meu dia a dia. Tenho muitos motivos para ser feliz, isso é o que me importa.

8. Uma dor a cada dia. Ao invés de viver triste porque não acordo sem sentir dores, vou sentindo cada dor a cada dia. Sem nem relacioná-la com a síndrome. Algumas dores não tem mesmo o que fazer. Se é a dor nas costas que está pior, faço uma massagem com esse massageador que comprei aqui. Se é uma dor de cabeça mais forte, deito um pouco, relaxo...

E sem nunca mais sentir pena de mim, como senti na primeira semana, quando soube do diagnóstico. Quando começo a me sentir coitadinha, lembro tantas outras coisas maravilhosas que tenho na vida - especialmente Ted e Bia - e que ninguém tem tudo na vida.

Enfim, aos poucos vou falando mais sobre tudo isso por aqui. Ao invés de me sentir uma pobrezinha que tem uma doencça crônica, me sinto desafiada a encontrar soluções a cada dia, sem paranóia, sem negação, mas sem que isso se transforme no centro da minha vida.

Vamos navegar nesses mares de dores, mas também de descobertas e de histórias de muita coragem de homens e mulheres de fibra.

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